Hey,
sonhadores!
Há
quinze dias (16), Jane Austen completou 250 anos de nascimento. Para celebrar essa
data, o post de hoje é sobre um dos meus livros favoritos dessa grande
romancista. Ademais, no dia 20 de dezembro de 1817, esse livro foi publicado postumamente
― já que a autora faleceu no dia 18 de julho do mesmo ano.
Confesso
que o post não seria sobre esse livro, mas duas datas importantes no mesmo mês
não é algo que pode ser ignorado. Por isso, achei contundente o post ser sobre
seu último romance publicado: Persuasão.
Sir
Walter Elliot é um homem cuja maior qualidade é sua vaidade por sua beleza e
por seu título: baronete. O narrador deixa claro que o patriarca era vaidoso e
tolo. Lady Elliot, com medo da criação que o marido daria às filhas depois de
sua morte, confiou em Lady Russel a responsabilidade de educá-las. O pai tinha predileção
pela filha mais velha Elizabeth: bonita, vaidosa e tola como ele. Sobre as
outras filhas, o narrador explicita:
Mary
[a caçula] havia adquirido uma pequena importância artificial ao desposar
Charles Musgrove; mas Anne [a do meio], cujo caráter elegante e trato gentil
teriam lhe garantido um lugar de destaque em qualquer grupo dotado de real
discernimento, não era ninguém nem aos olhos do pai, nem aos da irmã; sua
palavra nada valia, seu papel era ceder sempre – ela era apenas Anne.
É
nítido que Lady Russel tem predileção por Anne, pois é como a falecida mãe.
Além de ser uma pessoa que adorável e não fútil como seu pai e irmã mais velha ―
que acreditam que o status é o mais importante em uma pessoa.
As
finanças da família Elliot não estão bem por conta dos excessos que tanto Sir
Walter como Lady Elizabeth tiveram para manter o padrão do status social. Para
reduzir os gastos e pagar os credores em menos de 10 anos, a família se muda
para Bath (local que Anne não queria ir) e alugar a residência Kellynch. A
surpresa para nossa protagonista é quem alugou a residência: o casal Croft.
Oito anos atrás, Anne Elliot e Frederick Wentworth
se apaixonaram. O problema é que o jovem não tinha posses (nem título) e, por
isso, o pai negou o enlace por considerá-lo degradante. Anne foi persuadida por
Lady Russel a recusar o noivado, porque era
“uma
decisão errada: indiscreta, imprópria, praticamente incapaz de sucesso e
indigna deste”.
Qual
a relação disso com os Croft? Sophia Croft é a irmã mais velha de Frederick e,
consequentemente, ele estará na região.
Anne ponderou que o tempo seria seu amigo ao
longo desses oito anos. Estava completamente equivocada!
“Infelizmente,
apesar de todas as ponderações, Anne constatou que, para sentimentos
represados, oito anos talvez não fossem quase nada.”
Ou
seja, percebemos que ela ainda nutre um sentimento por ele ― óbvio que imagina que
não será correspondida.
Frederick,
em contrapartida, guarda rancor. Como afirma o narrador,
não
havia perdoado Anne Elliot. Ela o havia maltratado, abandonado e decepcionado.
Pior ainda: ao fazê-lo, havia demonstrado uma fraqueza de caráter que o
temperamento decidido e confiante dele não podia suportar. Havia desistido dele
para agradar aos outros. Havia cedido aos efeitos de uma persuasão excessiva.
Havia sido fraca e acanhada.
A
sua volta pode ser interpretada como uma maneira de mostrar às pessoas da
região que agora era um homem rico. Além disso, deseja se casar com qualquer
moça que desperte seu interesse ― exceto Anne. A partir daqui o caos começa,
porque Anne ainda tem sentimentos por Frederick, e ele não quer nenhuma
proximidade com ela.
Os
dois se encontraram muitas vezes ― nos passeios e jantares dos Musgrove ou dos
Croft. Ainda assim, “viviam um afastamento perpétuo”. Raros os momentos em que
eles conversavam. Anne repara na voz e nas ações de Frederick ― na esperança de
terem uma relação cordial (talvez), porém o que ela não desconfia é que ele
também repara isso nela. Será que os dois se reconciliarão? Haverá segunda
chance?
Uma
coisa que me faz ser apaixonada por essa história é a narrativa. O narrador é
observador, mas narra, principalmente, a perspectiva de Anne (seus pensamentos
e anseios). Com isso me identifiquei em como ela enxerga todos os
acontecimentos desde o início da história, perpassando a chegada de Frederick e
seus sentimentos por ele. Gosto de Anne por inúmeras razões, mas cito duas: é
uma observadora perspicaz; não condena ninguém, mas tem a sua própria percepção
das pessoas.
Por
fim, preciso mencionar a carta que Frederick escreve para Anne. Oh my God! Confidencio: me apaixonei
por ele ao longo da narrativa, mas a carta ganhou definitivamente meu coração.
Que carta foi essa?! Meu pobre coração não aguenta essas coisas rs. Surtei? Claro
que sim! “Não era fácil se recuperar após a leitura de uma carta assim.” E, acreditem, a reli três vezes antes de prosseguir a minha leitura
da obra.
Já
leram essa obra-prima chamada Persuasão? Se sim, vamos conversar sobre.
Se não, recomendo, principalmente, se vocês gostam de romance de época, falas
com toque de ironia e sarcasmo, protagonista feminina que tem ciência do que é
e do que quer.
Chegamos ao último post do ano (levemente atrasado rs)! \o\\o//o/
Desejo a todos uma ótima virada de ano e que 2026
seja repleto de tudo aquilo que nos faz bem e do que nos transborda de afeto, felicidade e realização. FELIZ ANO NOVO! 🎉 Um abraço e até o próximo post! o/
“O
meu conceito de boa companhia, sr. Elliot, é estar acompanhada por pessoas
inteligentes e bem-informadas, que saibam conversar; é isso que chamo de boa
companhia.”
🍂
Janeiro Austen? Não tem como não amar. Vi a postagem e já amei. Arrasou! Esse livro é extraordinário! Estar bem acompanhada é a melhor coisa que existe! 😍🥰
ResponderExcluirSim! Se é Jane Austen, não tem como não amar. Verdade: nada melhor do que estar bem-acompanhada. ❤️😍
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