Hey, sonhadores! ❤️
O post de hoje é sobre O incendiário (Beyond recognition), de Ridley Pearson, e publicado por Reader’s Digest Brasil, Seleções de Livros 1ª edição de 1998. Infelizmente, não existe publicação desse livro sozinho e tão pouco previsão de um dia ser relançado em terras tupiniquins.
O livro começa descrevendo o primeiro incêndio da cidade: consumou a casa e a proprietária Dorothy Enwright ― pouco restou da casa, nada sobrou de Dorothy. Esse incêndio aconteceu ao pôr do sol do dia 10 de setembro (terça-feira). Depois de um tempo, outra casa e vítima foram devoradas pelo fogo da mesma forma. Por conta disso, o sujeito autor do crime recebe a alcunha de “o incendiário”.
O sargento Lou Boldt é o investigador responsável por esses crimes. Para formar sua equipe, designou os detetives do seu esquadrão John LaMoia e Bobbie Gaynes; a psicóloga do departamento Daphne Matthews para traçar o perfil psicológico do suspeito; o chefe do setor técnico de identificações Bernie Lofgrin. Só digo duas palavras: equipe incrível!
Paralelamente, é narrada a história de Ben, um menino de 12 anos, e sua vizinha Emily, vidente que deseja adotá-lo. Ben mora com o padrasto que o maltrata, e sua mãe fugiu. Emily também é cartomante e equivale à figura materna para Ben.
A vida pessoal de Boldt também nos é apresentada, especificamente seu casamento com Liz. Ele desconfia que ela esconde algo, mas, com a correria para identificar e prender o incendiário, não consegue encontrar tempo para conversar com a esposa ― ao mesmo tempo, tem medo do que estar por vir na relação conjugal.
Os caminhos de Ben e Emily cruzam com os de Daphne e Boldt. Isso se deve porque Emily e Ben desconfiam de um cliente que pediu uma leitura do mapa astral. Para ela, é o possível incendiário; para ele, o cara está ligado ao tráfico de drogas.
Além disso, tenho que admitir que amei o narrador, pois a forma como narra a história instiga a leitura. Outro detalhe: ele dá algumas pistas ao leitor do que Boldt e sua equipe descobrirão. Trechos do narrador sem spoiler:
“A Divisão de Homicídios era tida pela maioria dos novatos como o topo ― o auge de uma carreira. Era bem verdade que a Homicídios lidava com vida e morte em vez de multas de trânsito e pedestres descuidados, mas pagava-se o preço da insônia, da culpa e da frustração. A Homicídios não era brincadeira!”
“Que Deus me ajude, ele pensou e forçou o queixo para a esquerda, justamente quando o suspeito torcia-lhe a cabeça com as mãos no mesmo sentido.
O estalo horrível que o suspeito ouviu, antes de abandonar o policial por considerá-lo paralisado ou morto, não foi do pescoço de Robbie, mas de seu maxilar. Robbie passaria as oito semanas seguintes bebendo através de um canudinho, mas sobreviveria; e andaria. E saberia pelo resto de seus dias que o seu momento de decisão nasceu daquelas palavras que proferia internamente antes que o fato fosse consumado.”
O incendiário é um bom thriller policial, pois fiquei, a cada página, vidrada para saber quem era o criminoso e o porquê de incendiar as casas e as vítimas de forma tão visceral. A escrita de Ridley Pearson é fluida e estimula o leitor a tentar descobrir quem é o criminoso ou qual é o seu perfil psicológico ― um erudito ou um sujeito patologicamente perturbado?
Um adendo: após a leitura, um amigo me informou que esses livros são resumidos. Fiquei chocada e li o colofão dessa edição. Reader's Digest Brasil informa: "o volume padrão é composto por quatro obras ficcionais sob forma condensada". Ou seja, nenhuma das obras está integralmente em cada volume. Óbvio que depois dessa fiquei com vontade de ler o livro sem cortes.
Além disso, as investigações de Lou Boldt são contadas em nove livros (oito nunca foram publicados no Brasil), e O incendiário é o quarto da franquia. Será que é pedir muito que a franquia completa seja publicada aqui? 👀 Enfim, para quem gosta de thriller policial, é uma ótima pedida. Recomendo a leitura? Sem dúvidas (mesmo sendo resumida)! Um abraço e até o próximo post. o/
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Sempre quando assisto procedurais e o episódio da semana é sobre incendiários (Criminal Minds, CSI, etc.) já fico extremamente incomodada, o gatilho quase sempre é a perda de alguém, um relacionamento fracassado, baixa autoestima e eu fico pensando... Como alguém pode ser tão perverso com outra? Morrer dessa forma deve ser desesperador, com o alguém sequer planeja isso contra outra? O Mundo é mesmo assustador. Excelente resenha e uma discussão muito importante para a nossa sociedade. Parabéns pelo texto! ^^
ResponderExcluirObrigada! ❤️ Tenho o mesmo pensamento que vc: "como alguém pode fazer isso com outro?"
ExcluirSobre o livro: recomendo, é muito bom. Acredito que irá gostar desse thriller policial.